domingo, 13 de fevereiro de 2011

Meu querido diário


Sempre ouvi dizer que um blog é um diário eletrônico, então para fazer juz à definição, o primeiro post da série "Meu querido diário":

No último final de semana assisti novamente ao filme "Clube da Luta" e, como sempre, ele me levou a um incômodo questionamento sobre alguns princípios e valores que procuro carregar. É um filme que me perturba!

Algo que vem martelando na minha cabeça nos últimos anos como um martelo num prego que insiste em não terminar seu destino, é um dos temas centrais do filme: "O QUE VOCÊ QUER???" Não quero algo em que seja fácil estar no topo, num lugar onde a evolução e a busca por novos desafios e conhecimentos quase não seja mais possível. Embicar a vida nessa direção é suicídio! Começar a escalada de uma montanha ainda maior é muito mais tentador, mas, por outro lado, desprezar aquele morrinho, tão ignorado, tão carente e do qual gosto tanto é um pulo grande demais.

Quando você se dá por si, as coisas que aconteceriam, já aconteceram, com 17 anos você já está na universidade, com 18 exercendo sua profissão, e com 22 você tem a impressão de estar tão próximo do topo do morrinho que torce para que alguma falha sísmica resolva fazê-lo crescer um tanto. Mas o morro é tão seguro... os outros precisam de você nele, para que se aventurar numa montanha inóspita onde você sabe que não será requisitado e, muito menos, conseguirá começar a subida facilmente? No morrinho, uma grande vida é quase certa, já no topo da montanha, uma grande obra talvez te aguarde! "Uma grande vida ou uma grande obra?" (frase que também perturba o senhor Billyshears em um dos blogs ao lado).



Pode ser que seja necessário alguém enfiar uma arma na sua cabeça para que comece a preparar sua subida na montanha, abandone o tão confortável morrinho e parta para coisas maiores, assim como feito com o nosso amigo no trecho do filme acima. Quem sabe uma tirolesa? Que saia do topo do morrinho e te deixe pular o árduo início da montanha? Com ela você corre o risco de se esborrachar nas pedras lá do outro lado. Ou, talvez seja melhor, primeiro se preocupar com o topo do morrinho para, depois que estiver lá, pensar em encarar aquela montanha! Não não, se fizer isso pode não sobrar tempo o suficiente para o topo da montanha, o morrinho pode ficar perigosamente confortável depois de vencido. É, melhor não... Já sei! Um teleférico! Isso, isso mesmo, é claro! Um que me leve, levemente, de um à outra sem o risco da queda! Hum... Não tem teleférico entre elas... Melhor começar a construir os trilhos logo então... Com licença, antes que seja tarde.

3 comentários:

Ana Luiza disse...

Eu nem comecei minha subida direito e já tenho medo de ficar no meio do caminho. Mas é bom, pq sem esse incômodo, aí que a gente não sairia do lugar mesmo.

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Leonardo Barichello disse...

"Uma grande vida ou uma grande obra" e ma das piores maldições que eu já conheci.

Sugestão: ouça Itamar Assumpção, mais precisamente, "Dor elegante" (a letra é dele com o Leminski).