quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Atrás do trio elétrico só não vai quem já morreu.

                 Passeando pela internet e fui acabar no blog da Cláudia Leitte (não me perguntem como, por favor) quando li um post dela se defendendo das milhões de críticas que recebeu por sem um show de axé no Rock in Rio.

                Será que só eu que acho que ela está certa?

               O Rock in Rio é uma marca, que tem um dono e que serve pra gerar lucro pra esse dono. E ninguém pode negar que o que o cara mais sabe é fazer dinheiro.



                   Ele contrata as atrações que acha que deve, coloca no palco em dias separados mais ou menos de acordo com o estilo, estipula um preço para cada um desses dias e as pessoas escolhem vale a pena trocar o tempo que ela trabalhou pra juntar aquele dinheiro pelos shows que o festival vende em determinado dia.

                   Ahhh, mas é ROCK in Rio e não pode ter axé! O Rock in Rio nunca se caracterizou por ser de rock. Então por que esse nome? Porque em 1985, ano da primeira edição, o rock era a moda, era o que dava dinheiro e depois disso a marca ficou tão forte que não vale mais a pena trocar o nome. Bandas como Queen, AC/DC, Iron Maden... Bandas que equivalem ao que Katy Perry, Rihanna ou ainda Shakira são para a música pop mundial hoje. O Rock era pop na época, hoje o pop é outra coisa.

                   Ainda na primeira edição houveram Barão Vermelho, Paralamas do Sucesso (que ainda nem era muito conhecido), Ivan Lins e algumas outras atrações brasileiras que foram vaiadas, veja só você. É claro que eu prefiro muito mais Barão e Paralamas a Cláudia Leitte ou Ivete Sangalo, mas é preciso entender que eles representam a mesma coisa em épocas distintas perante o seu público. São os expoentes do estilo musical que mais fizeram sucesso em sua época. O mesmo padrão se repete em todo Rock in Rio, seja ele no Rio ou não.

                    É tão bonito falar "odeio axé" ou ainda "odeio sertanejo" em alguns ciclos sociais que essas pessoas acabam se sentindo superiores àquelas que gostam disso. A questão não é de superioridade, a questão é de preferência. O que te leva a crer que a música que você gosta é superior à do outro? Só porque a que você gosta é mais difícil de ser feita? Ou porque trás alguma crítica social? (Aliás, Dinho Ouro Preto dedicando "Que País é Esse?" pro Sarney me deu ânsia).

                     Claudia Leitte, Ivete Sangalo, Katy Perry, Shakira, AC/DC, Slipknot, a minha vó fazendo bolo, Chico, Caetano ou Villa Lobos, todos eles são bons no que se propõe a fazer. Pode até ser que o que um se propõe é mais difícil que o que o outro se propõe (e o bolo da minha vó com certeza é), mas eles têm um objetivo, cumprem ele muito bem, obrigado, e há pessoas que pagam para vê-los realizando seu trabalho. Não quer? Não pague, não vá, mas não encha o saco de quem quer gastar com isso!

                  Sinceramente, nem vejo muita diferença entre uma banda que toca uma meia dúzia de acordes, usa máscaras, tem uma voz grotesca cantando pra galera ficar se batendo na plateia e uma cantora que canta músicas com meia dúzia de acordes, usa máscaras, tem uma boa voz cantando pra galera ficar se debatendo na plateia.



                    Escreveu aqui um dos caras mais chatos pra música que eu conheço, que chega a pautar algumas de suas amizades pelo gosto musical, que não suporta ouvir sertanejo  e que acha que axé, só muito bêbado e com mais umas milhares de pessoas pulando e cantando junto (veja só você, o caso do rock in rio).